Maria Ivette Leal Gomes
Depois da licenciatura em Matemática Pura em 1970 pela Universidade de Lisboa, Ivette Gomes infletiu a sua área de especialização, dado o seu fascínio pela área de Estatística de Extremos, tendo completado em 1978 o seu doutoramento em Estatística, na Universidade de Sheffield sob a supervisão de Clive Anderson. A investigação sobre estatística de extremos em Portugal tem agora uma longa tradição, tendo sido Ivette Gomes uma das impulsionadoras do movimento, juntamente com Tiago de Oliveira (1928-1992). Como fundadora da "escola dos extremos" em Portugal, Ivette Gomes tem constituído a pedra de toque como distinta cientista influente na modelação estatística do risco de Valores Extremos aquém e além-fronteiras, tanto por meio de sua investigação como por meio de suas atividades de estudo, ensino e supervisão. O seu palmarés como supervisora de teses de doutoramento e de mestrado conta com perto de meia centena de orientações, tendo colaborado com instituições de Norte a Sul de Portugal. Entre outros, foi-lhe atribuído o Prémio Carreira da Sociedade Portuguesa de Estatística (SPE), sociedade de que é sócia honorária e cofundadora. Ivette Gomes foi coordenadora científica de 1999 a 2006 do Centro de Estatística e Aplicações da Universidade de Lisboa (CEAUL), tendo dinamizado muitos outros investigadores em projetos conjuntos. Foi professora do Departamento de Estatística e Investigação Operacional (DEIO) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, desde 1986 até se aposentar em 2011. Atualmente, ocupa o lugar de vice-presidente do International Statistical Institute (ISI) Executive Committee e é fellow do Instituto de Investigação Científica Rocha Cabral. Mantem a posição de editor-in-chief da revista Revstat desde 2003, acumulando com as de editor associado e referee em variadas revistas da especialidade. Entre publicações científicas, a lista ascende a mais de uma centena. Nunca descurando a precisão teórica de todo um background probabilista inerente à sua tão cara Teoria de Valores Extremos, a Ivette foi mais além do que uma simples “purista”: o seu modus operandi envolve todo um trabalho árduo no campo mais aplicado da Estatística de Extremos, através de técnicas computacionais, atuantes de forma anímica para o sucesso dos bons resultados de inferência estatística.