As tecnologias digitais estão a criar várias oportunidades para os territórios do ponto de vista da mudança social, novas formas de governação, bem como novos modelos económicos de negócio. As plataformas digitais aparecem neste contexto como intermediadoras dessas interações e fluxos entre diferentes atores. Ao mesmo tempo, uma nova infinidade de ferramentas digitais, incluindo FinTech, GreenTech ou Inteligência Artificial, está a fornecer novas soluções para velhos problemas. No entanto, as tecnologias digitais também levantaram várias preocupações. Por um lado, as desigualdades existentes aprofundaram-se como resultado do desenvolvimento tecnológico. Por outro lado, novas divisões digitais estão a surgir.

As desigualdades digitais são evidentes de várias maneiras. Observou-se que a produção digital está concentrada nos países mais ricos (Norte Global) e nos grupos sociais com maior capital social, cultural e econômico. Neste sentido, assiste-se a um novo processo de neocolonialismo digital, que implica a emergência de periferias digitais em que as disparidades quanto ao uso tecnológico são mais evidentes. Assim, precisamos refletir sobre quem está a produzir essas novas territorialidades e quem está a participar no mundo online. Isto também pode levar-nos a questionar como as vozes marginais das minorias (de gênero, etnia, classe...) podem ser emancipadas por meio de práticas digitais alternativas.

Com isso em mente, precisamos entender se as tecnologias digitais estão se tornando uma nova fonte de esperança para territórios vulneráveis, ou se esses desenvolvimentos tecnológicos estão criando novos desafios que precisam ser discutidos e explorados.

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