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Os exames não são um bicho-papão

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Em plena altura de exames fomos falar com a Professora Sofia Freire do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa para percebermos como melhorar resultados e reduzir a ansiedade associada a esta época.

Que tipo de estratégias devem os estudantes desenvolver para melhorar o seu desempenho nos exames e assim reduzir a ansiedade associada a esta época?

A época de testes e exames caracteriza-se geralmente por um pico de trabalho intenso, em que num curto período de tempo, temos que estudar diferentes disciplinas, às quais seremos submetidos a uma avaliação. É, pois, natural nestas alturas sentirmo-nos assoberbados de trabalho e ansiosos. Muitas vezes, estes sentimentos surgem de uma sensação de que as coisas nos vão acontecendo, sem termos qualquer controlo de como ou quando acontecem.

Faz parte da natureza humana a necessidade de sentir que controla o seu meio ambiente. A ausência de controlo gera ansiedade, que se pode traduzir em bloqueio e/ou em fuga. É, pois, fundamental nestas alturas, em que somos assoberbados de trabalho, desenvolver este sentimento de controlo. E fazemo-lo DEFININDO OBJETIVOS exequíveis e claros e ESTRATÉGIAS coerentes com esses objetivos, MONITORIZANDO o caminho feito, AVALIANDO progressos e dificuldades e AJUSTANDO, se necessário, os objetivos e/ou estratégias.

Eis algumas dicas e sugestões:

1º) Definindo objetivos exequíveis e claros, e estratégias coerentes…

Comece por fazer um horário de estudo.

  • Como vou organizar a minha manhã/a minha tarde/ a minha semana?
  • Quantas horas vou dedicar a esta disciplina?
  • Quantos páginas vou estudar/ler hoje/durante esta semana?
  • Quantos exercícios vou fazer hoje/ durante esta semana?

NÃO ESQUECER: Ao construir um horário de estudo, reconhecer a nossa necessidade de descanso e de distração e considerá-las. Aceitar que há momentos em que poderemos estar cansados… em que poderemos estar mais distraídos, desconcentrados…. Assumir esses momentos com tranquilidade, ajustando as estratégias e, eventualmente, revendo os objetivos definidos.

2º) Monitorizando o caminho, avaliando progressos e dificuldades…

  • Estou a conseguir cumprir os meus objetivos?
  • As minhas estratégias estão a dar resultados?
  • O que está a dificultar o meu caminho? É a matéria?
  • Como estou a gerir a falta de motivação, que poderei sentir, para estudar determinada matéria?

IMPORTANTE: Não ter medo de pedir ajuda, não ter medo de mostrar que não sabe… Se soubéssemos tudo, não estaríamos a estudar! Quem me pode ajudar?

NOTA 1: Por vezes as matérias são aborrecidas. Muitas vezes são aborrecidas porque não percebemos a sua relevância, a sua importância para a nossa vida, para a sociedade onde vivemos. Ou simplesmente, porque não apreciamos a sua beleza. Não desistir… Muito, pelo contrário, aprofundar o conhecimento de forma a dar-lhe um sentido pessoal, pois às vezes não gostamos daquilo que não conhecemos ou daquilo que não compreendemos. E quanto mais conhecemos e mais compreendemos mais apreciamos a sua relevância e beleza.

NOTA 2: Às vezes as matérias são aborrecidas pelo tipo de estratégia de estudo que utilizamos. Quando utilizamos estratégias de estudo pouco desafiantes, assentes na memorização com o objetivo de “despejar” para o teste /exame, sem procurar compreender, dar um sentido, relacionar, refletir, tudo se torna mais aborrecido.

SUGESTÃO: Recorra a estratégias de estudo cognitivamente mais desafiantes, através das quais procura dar um sentido ativo àquilo que estuda e/ou procura usar os novos conhecimentos para re-olhar o mundo em seu redor.

NOTA 3: Adiar a recompensa e gerir frustrações. Há matérias que não iremos mesmo gostar! Vai haver momentos em que seremos confrontados com escolhas: fazer aquilo que gosto mesmo OU persistir no estudo de uma matéria de que eu não gosto? A vida é feita de coisas de que eu gosto e de coisas que não gosto… Não podemos escolher viver apenas as coisas de que gostamos. Em determinados momentos, dizer NÃO a coisas que gostaria de fazer aqui e agora para fazer coisas que não me apetece nada fazer, poderá significar um SIM a outras coisas realmente importantes.


Um conselho para pais e educadores…

 Pais e educadores, mostrem interesse pelos estudos, pelas matérias dos vossos filhos. Peçam-lhes para partilharem convosco aquilo que aprenderam. Estejam disponíveis para aprender novas coisas com eles. Os filhos vão valorizar os estudos, se os pais o fizerem. Os filhos vão sentir-se valorizados e empenhados se tiverem a oportunidade de partilhar aquilo que aprenderam, se aquilo que aprenderam puder servir para estabelecer pontes, fomentar conversas, estimular a reflexão de todos.

Uma última palavra para os estudantes…

O conhecimento é poder… Em última análise quem decide se quero aprender sou eu… Tudo pode ser mau (ou tudo pode ser bom), mas sou eu que decido em determinada altura interagir com a matéria de estudo e como interagir. Sou eu que decido se quero decorar sem pensar ou se quero descobrir novas áreas de saber e mais sobre a sociedade e o mundo em que vivo. E sobretudo, sou eu que decido desculpabilizar-me por um contexto ou por circunstâncias que me são adversas… ou assumir a responsabilidade pela minha aprendizagem apesar desse contexto e circunstâncias.

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