Em outubro deste ano, realizaram-se dois importantes eventos: o Open Science Policy Forum na Universidade de Lisboa, em Portugal, e na Wrocław University of Science and Technology, na Polónia.
Perspetivas do Open Science Policy Forum em Lisboa e Wrocław
O projeto Unite.WIDENING, parte da Unite! European University Alliance, que está na vanguarda dos esforços para promover um Espaço Europeu Aberto de Ciência e Inovação colaborativo, igualitário, livre, diversificado e inclusivo entre os widening countries e os non-widening countries.
Estes fóruns reuniram estudantes, investigadores, funcionários, empresas, gestores universitários, financiadores e decisores políticos nacionais, regionais e da UE para promover estratégias e ações com vista à adoção de práticas e princípios de ciência aberta nas Universidades dos widening countries europeus. Ao potenciar a colaboração entre as instituições com elevada atividade de investigação e as suas congéneres nos widening countries, entre todas as comunidades de ciência aberta e inovação da Unite!, estes eventos marcaram um progresso significativo no sentido de promover um ecossistema europeu de investigação e inovação mais equitativo.
Transformar a Open Science Policy em prática, em Lisboa
Nos dias 24 e 25 de outubro, o foco incidiu em Lisboa, onde a Universidade de Lisboa (ULisboa) acolheu o segundo fórum sob o tema “Rumo a um Espaço Europeu de Ciência Aberta e Inovação”. De acordo com as recomendações do Unite! White Paper, o fórum na ULisboa enquadrou a ciência aberta num contexto político europeu mais amplo e enfatizou a transição da definição de políticas para a sua implementação.
O evento teve início com uma intervenção de Sami Niinimäki, Conselheiro para a Educação e Cultura, do Ministério da Educação e Cultura da Finlândia, que salientou a importância de sistemas de apoio transdisciplinares sólidos para promover a abertura na partilha e produção de conhecimentos. Seguiu-se Pantelis Tziveloglou, chefe da equipa EOSC, Unidade de Ciência Aberta e Infra-estruturas de Investigação da Comissão Europeia, que delineou o plano para a implementação da European Open Science Cloud (EOSC) e para o avanço das competências em ciência aberta, uma etapa fundamental da estratégia de ciência aberta da UE. O fórum explorou igualmente o avanço de Portugal na adoção da ciência aberta através de um painel de discussão que contou com a participação de personalidades de universidades portuguesas e de agências governamentais. As discussões destacaram as iniciativas e os desafios que se colocam em Portugal, proporcionando valiosas aprendizagens para os outros widening countries.
O segundo dia foi dedicado a atividades práticas de capacitação. Os workshops centraram-se na exploração da forma como as competências em ciência aberta podem ser integradas em todos os níveis do ensino universitário e na promoção de modelos de governação comunitária para as estratégias institucionais. O inovador sistema de gestão da informação de investigação da ULisboa serviu de estudo de caso, ilustrando como as tecnologias digitais podem apoiar as práticas de ciência aberta.
O fórum foi concluído com as observações de Rubén Vicente-Saez, responsável pela Unite! Widening Task, da Universidade de Aalto, salientando a transição da elaboração de políticas no projeto Unite!H2020 para a sua implementação no projeto Unite! Widening e o empenho da Unite! Alliance na transição da ciência moderna para a ciência aberta. O evento marcou um passo crítico no posicionamento da ULisboa como um centro de excelência em ciência aberta e gestão da inovação, alinhado com as ações universitárias planeadas para implementação nos próximos quatro anos.
Uma perspetiva para a ciência aberta em Wrocław
O Wroclaw Open Science Policy Forum, realizado de 10 a 11 de outubro, proporcionou uma plataforma dinâmica para o envolvimento das multifacetadas dimensões da ciência aberta. Organizado pela Wrocław University of Science and Technology (Wrocław Tech), o fórum iniciou-se com o foco na ampliação da compreensão e conscientização da ciência aberta como um Direito Humano.
Em Wrocław as sessões do primeiro dia ofereceram aos participantes uma compreensão abrangente da acessibilidade na prática da ciência cidadã, na publicação de acesso aberto, na proteção da propriedade intelectual, na inovação aberta e nos sistemas de patentes. Os participantes também visitaram o Wrocław Centre for Networking and Supercomputing e o Tyflolab, numa experiência comissariada pela equipa da Wrocław Tech Library. Esta visita realçou o papel essencial das infra-estruturas públicas de investigação na viabilização de práticas de ciência aberta.
O segundo dia foi dedicado ao planeamento estratégico e à governação, com ênfase nas recomendações apresentadas no Unite! White Paper para a renovação dos modelos de governação universitária. Os debates centraram-se na reforma dos sistemas universitários de recompensa da ciência e da inovação, com o objetivo de alinhar estes com os objetivos de sustentabilidade, e no reforço da interoperabilidade das infra-estruturas de investigação para apoiar a colaboração europeia. Os principais intervenientes foram Erzsébet Toth Czifra, responsável pelo programa da Coligação CoARA, e Dejan Dvorsek, Chefe Adjunto da Unidade de Ciência Aberta e Infra-estruturas de Investigação da Comissão Europeia, que proporcionaram a base para um painel de discussão sobre a adoção de práticas de ciência aberta no meio académico Polaco. O dia culminou com uma sessão de co-criação, “Towards a New University Open Science Innovation Strategic Roadmap”, em que os participantes conceberam, de forma colaborativa, os caminhos para a incorporação dos princípios da ciência aberta nas estratégias e planos de ação institucionais.
O fórum permitiu a criação de uma comunidade de ciência aberta e inovação Wrocław Tech e demonstrou o poder do intercâmbio além-fronteiras entre os widening e os non-widening countries da Aliança Unite!. Esta colaboração sublinhou o papel fundamental das parcerias internacionais no avanço da ciência aberta em toda a Europa.
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